Gestos, pretos ou brancos, não compositivos, deixam marcas, formam faixas de movimentos, levam a tinta escassa e fluída sobre o suporte trabalhado, quase como se fosse uma impressão.
A abstração gestual, chega a uma aparente repetição. Aparente, porque nunca é exatamente igual: carrega a imprecisão da pincelada, embora apresente controle na verticalidade, na horizontalidade, no paralelismo. Por vezes sugere leituras fantasiosas de paisagens noturnas.
O preto sempre presente, embora variações de tonalidades se percebam a partir da reflexão da luz, quando o fosco e o brilhante se contrastam, ou quando a cor se sobrepõe ao puro breu.
Existe também a busca da luz na escuridão do preto, quando áreas de cor surgem em meio a pintura, como se quisesse romper com o silêncio do negro.